consagrado no gramado

A História dos 110 anos do futebol do flamengo

 

Novo livro de Roberto Assaf

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Jogos

Identificação de todos os jogadores, técnicos e presidentes

Sobre
o livro

“Consagrado no gramado” reúne o maior número de informações sobre os jogos do Flamengo e os seus adversários. E talvez não haja obra semelhante desde que o Rubro-Negro começou a disputar o velho esporte bretão, em 1912.

Para concluí-la, foram necessárias cinco situações imprescindíveis: amor pelo clube, conhecimento profundo sobre o futebol de todo o mundo, memória afetiva e visual, paciência infinda e a disponibilidade de recursos e de tempo.

Vale ressaltar que fazer um levantamento absolutamente completo dessa história de 110 anos é hoje tarefa impossível, pela dificuldade de resgatar todos os dados, levando-se em conta que um punhado deles não tem apenas um único registro. Mas é importante garantir que os esforços para tentar obtê-los chegaram ao limite.

O trabalho consumiu dois anos. Foram consultados impressos, com prioridade para jornais e revistas oferecidos pela Biblioteca Nacional, além de sites e livros expostos na internet, e os teipes, parciais ou completos, de mais de quatro centenas de partidas. A coleção de livros do autor também teve grande importância. Houve ainda freqüentes consultas, por e-mail e telefone, no Brasil e no exterior, aos que poderiam fornecer indicações e esclarecimentos. E traduções diversas, incluindo o aprendizado do alfabeto cirílico, por causa da quantidade de jogos que o Flamengo disputou nas repúblicas que integravam a falecida União Soviética.

É necessário lembrar que já não existem remanescentes da época do amadorismo, de 1894 a 1932, capazes de esclarecer, em viva voz, as dúvidas eternamente questionadas pelas informações imprecisas presentes nas publicações do começo do Século XX. Importante ressaltar também que jornais e revistas davam pouca atenção ao futebol, naquela época, e que espaços abertos ao esporte eram quase que integralmente preenchidos pelo remo e o turfe.

Pelo menos 300 súmulas, notadamente em jogos fora do país, ou em localidades remotas do território nacional, precisaram de longo tempo para a conclusão, pois o material para as pesquisas apresentava falhas eventuais, pela fragilidade da tecnologia, a precariedade das agências noticiosas, ou pior, o desleixo abusivo de jornalistas e editores em tempos passados, e creia, até na própria atualidade.

Houve um empenho extraordinário para obter os nomes das competições em disputa, identificando as pessoas que deram seus nomes aos troféus, as denominações completas dos estádios, e suas respectivas localizações, um pequeno histórico de cidades, estados e países, extintos ou criados, a razão de o jogador ter sido expulso de campo, os autores e as vítimas dos pênaltis, e a preocupação de informar os treinadores dos times adversários, fato praticamente ignorado até os anos 1980, tanto que em muitas ocasiões foi necessário revirar publicações de cabeça para baixo para descobri-los, incluindo os responsáveis pela direção de clubes gigantes, brasileiros e estrangeiros. Às poucas ocasiões não foi possível fazê-lo. A propósito, é fundamental conhecer a escalação dos adversários, e para resumir tal conceito, basta citar que há uma diferença notável entre enfrentar craques consagrados ou perebas insignificantes.

Vale explicar ainda que até a década de 1960 não havia praticamente nenhum interesse em fornecer a quantidade de público, pagante ou presente, e mas apenas o valor das arrecadações, que nesse trabalho são desprezadas, porque não têm representatividade em um pobre país que possuiu sete moedas desde que adotou oficialmente a prática do futebol, lá se vão quase 130 anos. Também nunca foi um hábito informar os trios de arbitragem, e assim se escreve, pois até hoje não é muito comum encontrá-los nas publicações, como se não integrassem o espetáculo. Só recentemente, com a utilização do VAR é que os nomes dos auxiliares ganharam alguma importância.

É preciso esclarecer que o Brasil só adotou definitivamente todas as regras da Fifa a partir da criação do Conselho Nacional de Desportos, o CND, pelo ditador Getúlio Vargas, em 14 de abril de 1941, daí, por exemplo, as partidas com 80 minutos, ou as substituições de jogadores expulsos de campo. E para não passar em branco, é interessante fornecer detalhes que o futebol de outrora oferecia, e que são praticamente desconhecidos. Só para citar um deles, saiba que um goleiro poderia jogar como atacante, e no jogo seguinte ocorrer o contrário, informação que impedirá você de afirmar que o autor cometeu um equívoco. Outras curiosidades surgirão ao longo da leitura do compêndio.
Só falta, agora, dar o pontapé inicial para a bola rolar.

Trecho do capítulo 1

1912-1919

O futebol criou centenas de mitos desde que foi criado, como conhecemos, na Inglaterra da década de 1860. O primeiro deles na história do Flamengo, e que sobrevive, na teoria, até hoje, garante que o clube começou a obter popularidade definitiva porque os jogadores realizavam os treinos em espaço público, permitindo a aproximação de admiradores e a cobertura da imprensa, facilitando assim a divulgação do seu cotidiano.
É fato que há pelo menos um registro dessa atividade, na “Gazeta de Notícias”, edição de 9 de abril de 1912, quando o Rubro-Negro não havia sequer disputado a sua primeira partida, o que só ocorreria quase um mês depois, em 3 de maio. “Filiado ao club de regatas de igual nome, não tendo um campo seu, realiza seus trainings no ground da Praia do Russell”.
No entanto, ao revirar os jornais de fins do Século XIX, é possível notar que o Flamengo já era efetivamente conhecido no Rio de Janeiro, não só por sua vitoriosa participação nas regatas, mas por representar um dos bairros mais badalados da cidade, numa época em que Copacabana, Ipanema e Leblon ainda não tinham a importância que ganharam a partir da década de 1930.
É fundamental ressaltar também que ninguém comparecia aos treinamentos, muito raros, e que a imprensa não tinha absolutamente o hábito de acompanhá-los. Na prática, o Flamengo começou a ganhar as multidões não apenas pelo que foi explicado, mas por duas outras razões que estão intimamente ligadas: o crescimento absurdo do próprio futebol, que arrebatou as multidões com impressionante rapidez, e o fato de ingressar nesse esporte para ser um grande vencedor, como acontecera no remo.
É preciso lembrar, ou esclarecer, que desde 1905 apareceram dezenas de clubes no cenário carioca, e que o Flamengo foi o único que chegou com o objetivo expresso de superar América, Botafogo, Fluminense e Paysandu, os gigantes de então. O Flamengo foi vice do Rio de Janeiro em 1912. Bicampeão em 1914 e 1915, quando construiu um estádio para vários esportes e para mandar seus jogos. E jamais deixou de brigar pelos títulos. […]

Exemplo das súmulas

78 | FLAMENGO 1 x 0 VASCO / RJ

Data: Domingo, 3 de dezembro de 1978.
Competição: Campeonato Estadual do Rio de Janeiro / Taça Cidade do Rio de Janeiro / 2º turno / 11ª rodada / Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
Local: Estádio Jornalista Mário Filho / Maracanã, no Rio de Janeiro / RJ.
Arbitragem: José Roberto Ramiz Wright, José Carlos Valeriano Correia e Mário Rui de Souza / RJ.
Público: 120.433 espectadores.
Gol: Rondinelli 87’.
Expulsões: Guina e Zico 90’ (troca de agressões).
FLAMENGO: Cantarelli, Toninho, Rondinelli, Manguito e Júnior; Carpegiani, Adílio e Zico; Marcinho, Tita (Alberto Leguelé 88’) e Cléber (Eli Carlos 70’). Técnico: Cláudio Pêcego de Morais Coutinho.
VASCO: Leão, Orlando, Abel, Gaúcho e Marco Antônio; Helinho, Paulo Roberto e Guina; Wilsinho (Paulo César 84’), Roberto Dinamite e Ramon (Paulinho Massariol – intervalo). Técnico: Orlando Fantoni.
(*) Outro jogo: Olaria / RJ 2 x 1 Bonsucesso / RJ.
(**) O Flamengo conquistou o Campeonato do Rio de Janeiro de 1978 com 22 jogos, 17 vitórias, quatro empates, uma derrota, 60 gols a favor e 11 gols contra.
(***) O Flamengo também conquistou mais dois troféus: Rádio Globo 34 Anos e Oduvaldo Cozzi. O paulista Oduvaldo Cozzi (1925-1978) é considerado um dos mais importantes profissionais de rádio e TV no Brasil.

Roberto Assaf

Roberto Assaf nasceu no Rio de Janeiro em 1º de outubro de 1955. Seu breve histórico profissional: Luz & Ação – Cooperativa Brasileira de Cinema (1980–1981), Jornal dos Sports (1982–1983), Rádio Estácio do Rio de Janeiro (1983), Última Hora (1984–1985), Jornal do Brasil (1985–1989 e 1992–2002), Tribuna da Imprensa (1989–1991 e 2002–2003), TV Educativa do Rio de Janeiro (1996–2000), Planeta Gol – Miami / EUA (1999–2000), ESPN Brasil (2001–2004), Sportv / Globosat (2003–2009), Faculdades Hélio Alonso (2002–2013) e Lance! – Jornal, Rádio e TV (2002–2018).
Teve 20 livros publicados: Campeonato Carioca, 96 anos de história – Irradiação Cultural (1997), Mundo das Copas do Mundo – Irradiação Cultural (1998), Vasco da Gama, O Livro Oficial do Centenário – BR Comunicação & Marketing (1998), Fla-Flu, O Jogo do Século – Letras & Expressões (1999), Flamengo x Vasco, O Clássico dos Milhões” – Relume-Dumará (1999), Almanaque do Flamengo – Editora Abril (2001), Bangu, bairro operário, terra do samba e do futebol” – Relume-Dumará (2001), Banho de Bola – técnicos, táticas e estratégias do futebol” – Relume-Dumará (2002), Zico, 50 Anos de Futebol – Record (2003), Seleção Brasileira, 90 anos / Livro oficial da CBF – Mauad (2004 e 2006), Ipanema, Lado B – Edição do Autor (2007), Grandes jogos do Maracanã – Edição do Autor (2008), História Completa do Brasileirão, 1971-2009 – Lance! (2009), – Os 50 Maiores Jogos do Flamengo – Panini (2010), Campeonato Carioca 1906-2010 – Maquinária (2010), Maracanã, 60 anos – Buenas Ideias (2010), Maracanã, Século 21 – Buenas Ideias (2013), Isso aqui é Flamengo – Mauad (2016), Seja no Mar, Seja na Terra – 125 Anos de História – Edição do Autor (2019) e Ninguém Segura Esse País / A visão de um menino de 15 anos sobre o ano de 1970 – Edição do Autor (2020).

Outros livros
do autor

Maracanã, 60 anos

Isto é Flamengo

Campeonato Carioca, 96 anos de história

Seja no Mar, Seja na Terra

Os 50 Maiores Jogos do Flamengo

Almanaque do Flamengo

Ipanema, lado B

Seleção Brasileira, 90 anos – Livro Oficial da CBF

Bangu, bairro operário, terra do samba e do futebol

História Completa do Brasileirão

Zico, 50 Anos de Futebol

Fla-Flu, O Jogo do Século

Grandes Jogos do Maracanã

Flamengo x Vasco, O Clássico dos Milhões

Vasco da Gama, O Livro Oficial do Centenário

Banho de Bola – Os Técnicos, As Táticas e As Estratégias do Futebol

Maracanã, Século 21

Mundo das Copas do Mundo